Serviço Social da UCPel atua na aquisição de alimentos e mapeamento das vítimas das enchentes
A Declaração Universal dos Direitos Humanos prevê que o alimento é um direito social e humano, e com a atual realidade das vítimas das cheias no Rio Grande do Sul, a necessidade pela comida se expressou com maior força. É aí que entram as cozinhas solidárias, que estão reunindo coletivos na doação dos alimentos, no preparo do alimento com qualidade nutricional e também na distribuição.
A Universidade Católica de Pelotas (UCPel), por meio do Curso de Serviço Social, está na articulação existente entre Cáritas Arquidiocesana de Pelotas, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Conselho Municipal de Segurança Alimentar (COMSEA), e Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), para o recebimento de cestas básicas do Ministério do Desenvolvimento Social. O objetivo é um só: conseguir alimento para quem precisa.
A professora de Política Social e Direitos Humanos do Curso de Serviço Social da UCPel, Cristine Jaques Ribeiro é uma das representantes da UCPel que está na linha de frente. Ela conta que o curso é responsável pela elaboração do mapeamento de famílias que estão em abrigos. “Esta frente de trabalho está garantindo café da manhã, almoço, café da tarde e jantar para centenas de pessoas em dificuldade, afinal não dá pra esperar”.
Mas Cristiane está indo muito além disso. Sua rotina mudou. Ela está envolvida nas cozinhas do Sindicato da Alimentação e do Armazém do Campo, ambas integradas aos movimentos sociais. “Buscamos doações, e fazemos as refeições. Estamos nessa tarefa desde que este período iniciou, contou e seguiremos até quando for necessário”.
Nessa realidade, o curso de Serviço Social da UCPel tem se mostrado muito atuante. Entre alunos, formandos e formados, a universidade está representada em todos os pontos no município e região. Cristiane lamenta, mas sabe que o cenário vai se arrastar, então estão trabalhando a longo prazo. “Infelizmente, pelo mapeamento das famílias em situação de vulnerabilidade extrema, temos uma perspectiva de dificuldade de deslocamento dos insumos, de dificuldade do poder de compra, para, pelo menos, pros próximos 30 dias. Então seguiremos atentos nessa identificação das famílias por meio da Plataforma de Combate à Fome e à Soberania Alimentar ”, completou.
Cozinhas solidárias
As cozinhas estão em funcionamento desde a primeira semana dos anúncios da enchente, e contam com número expressivo de voluntários. Cristiane conta que as pessoas estão ajudando em todas as etapas: desde picar alimento, lavar louça, até disponibilizar seus carros para entregar as refeições. “A ordem é não desperdiçar, e quanto mais doação de gêneros alimentícios, melhor”.
Cozinhas oficiais
Nós por Nós – no Sindicato da Alimentação, Rua Almirante Barroso, 3124
Periferia Viva – no Armazém do Campo, rua Padre Anchieta, esquina com a Três de Maio
Cozinha das Mais Velhas – no Quilombo Urbano Ocupação Canto de Conexão, na rua Álvaro Chaves, esquina com Benjamin Constant
Colaborou: Marcela Santos