Programa de extensão da UCPel leva computação e tecnologia à comunidade
Um programa de extensão da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) tem levado à comunidade um maior contato com a computação, a engenharia e a tecnologia da informação. Englobando três projetos que possibilitam aos acadêmicos da UCPel a compreensão da computação e como ela pode ser aplicada em diferentes campos de ação, o programa faz parte da curricularização da extensão. Processo que integra formalmente à estrutura curricular dos cursos atividades práticas, promovendo atuação direta com a comunidade.
A partir da utilização de conceitos destas áreas o programa, intitulado Computação na Prática, tem por objetivo suprir as demandas de instituições públicas e comunitárias nas áreas de educação e saúde, segundo relata a docente e coordenadora do programa Fernanda Mota.
Computação nas escolas
Descomplicar a computação e promover o ensino de lógica de programação às crianças estão entre os propósitos do Computação nas Escolas, projeto compreendido pelo programa de extensão. Todas as terças-feiras, professores e acadêmicos da UCPel realizam, com alunos entre 10 e 11 anos do Instituto de Menores Dom Antônio Zattera (IMDAZ), atividades com aplicações lúdicas que permitem o desenvolvimento de jogos de computador através de conceitos computacionais e das áreas das exatas.
A atividade também foca em desenvolver interesse precoce nas áreas de Engenharia e Computação nas crianças. “Diferente de cursos como Medicina, Odontologia, os quais eles têm contato durante toda a vida, a computação, se não tiver algum conhecido ou parente na área, eles não têm esse acessso”, comenta Fernanda, também coordenadora deste projeto.
O ensino de lógica permite que os alunos possam resolver problemas do cotidiano de forma mais estruturada e racional. “Ensinamos a programar e mostramos que a matemática, por exemplo, não é tão vilã”, salienta a coordenadora. Fernanda também declara que os alunos possuíam dificuldades em outras disciplinas, como língua portuguesa. Para superar essas adversidades, a docente propôs uma atividade de animação de um livro. “As crianças programavam o livrinho e viam os personagens andando e falando na tela. Foi aí que eles começaram a gostar um pouquinho mais de português”, expõe.
Manutenção de computadores
O projeto coordenado pelo docente Leandro Pieper foi essencial para que as crianças pudessem aprender sobre computação. O trabalho dos acadêmicos da UCPel realiza administração e manutenção do laboratório de informática do IMDAZ. “Sabemos que os laboratórios de informática em escolas públicas são precários e, na maioria das vezes, não têm um responsável pelo seu gerenciamento”, comenta o coordenador.
No IMDAZ, os estudantes participantes do projeto puderam, através de um roteiro previamente estabelecido, utilizar ferramentas para identificação das especificações e a saúde dos computadores. “Os alunos também contribuíram com sugestões de aprimoramento”, complementa Pieper. Depois da etapa de análise foram verificadas alternativas para melhorar as condições dos equipamentos.
Dos dez computadores disponíveis, apenas cinco funcionavam e estavam em condições deficientes. O instituto atende mais de 300 jovens e crianças e a importância de estes alunos terem acesso ao aprendizado digital é ressaltada pelo coordenador do projeto. Após a manutenção, também foi instalado um sistema operacional livre, utilizado em escolas ao redor do mundo, que conta com uma série de aplicações que auxiliam no estudo de diversas disciplinas, incluindo línguas, matemática e física.
Desenvolvimento na área da saúde
Criar aplicações que promovam ampliação do acesso e melhorias dos serviços de saúde é o foco do terceiro projeto de extensão englobado pelo Programa Computação na Prática. Coordenados pela docente Alexandra Zimpeck, alunos da UCPel, têm como objetivo desenvolver versões-piloto de software que atendam demandas de hospitais de Pelotas e região.
Dividido em três módulos, o projeto Desenvolvimento de Software possui duas frentes de trabalho: o desenvolvimento web, com aplicações como sites e aplicativos de celular, e o mundo dos programas de computador. “No primeiro módulo, ensinaremos a eles conceitos mais técnicos que são o HTML, o CSS e o JavaScript”, comenta Alexandra, estas são três das principais linguagens utilizadas na criação de sites. No segundo módulo já são trabalhados PHP e conexão com bancos de dados, “qualquer aplicação hoje em dia precisa dessas conexões”, complementa a coordenadora.
No último módulo começam as criações das aplicações. O projeto recebe demandas da área da saúde, principalmente do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP), os alunos, então, constroem versões iniciais de softwares que sanem as necessidades apresentadas, “existe uma grande motivação por estarem trabalhando com problemas reais”, constata Alexandra.
Os protótipos que serão desenvolvidos, a partir do segundo semestre, visam uma aplicação web que contenha todo o acompanhamento das gestantes, informando sobre consultas médicas, exames, cuidados e medicações prescritas; um aplicativo que automatiza a atribuição dos profissionais de saúde aos plantões, e uma aplicação que permite o controle de patrimônios dentro do hospital.
Confira abaixo um vídeo sobre o projeto Computação nas Escolas com os alunos do IMDAZ.https://www.youtube.com/embed/9lUPp7993as
Colaborou: Caroline Albaini